Como seriam as coisas e as pessoas antes que lhe tivéssemos dado o sentido de nossa esperança e visão humanas? Devia ser terrível. Chovia, as coisas se ensopavam sozinhas e secavam, e depois ardiam ao sol e se crestavam em poeira. Sem dar ao mundo o nosso sentido humano, como me assusto. Tenho medo de chuva, quando a separo da cidade e dos guarda-chuvas abertos, e dos campos se embebendo de água. (LISPECTOR, 1999, p. 205).
Referência:
LISPECTOR, Clarice. Sem nosso sentido humano. In: ______. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 205.