Páginas

terça-feira, 18 de abril de 2017

Lendo, de E. Brum, “Escola sem pinto”

Muito oportuna a problematização assumida por Eliane Brum, em sua coluna no El País, sobre “a tentativa de censura a um livro didático no norte do país”. Sobretudo, pela tese que, claramente exposta e defendida, serve-lhe de subsídio para tal. Além disso, parabenizo o espaço de resposta por ela concedido a uma das autoras da obra posta em polêmica, a Prof. Dra. Mônica Waldhelm, que, com estas assertivas, dentre outras, nos adverte, professores, sobre o nosso papel no Brasil atual: 

De novo estamos de volta à tragédia da educação. E agora ela ecoa para muito além dos muros das escolas. A ignorância não é apenas uma tragédia, mas um instrumento. E, no Brasil, este instrumento nunca foi usado de forma tão articulada como hoje.
[...].
[Assim posto,] [...] reforço e valorizo a necessidade de um movimento de resistência organizado e coletivo – e portanto com mais impacto e eficiência – por parte dos educadores, frente às recentes e sistemáticas ações que buscam tirar a autonomia docente e isolar a sala de aula e a escola da vida real, alijando os alunos do debate acerca de questões contemporâneas cada vez mais relevantes. A busca por uma sociedade pautada na solidariedade, na alteridade, na justiça social, no respeito e na convivência pacífica passa pelo reconhecimento da diversidade como positiva. Questionar as muitas formas de preconceito e de exclusão social é papel de uma escola que pretende ajudar a construir um Brasil menos sexista, menos racista e menos homofóbico – e isso deve começar na Educação Infantil.