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domingo, 16 de junho de 2019

Por que amar, em duas lições

Antônio Maria me ganhou com uma de suas crônicas em que o amor, não sendo dimensionado, assumia para mim o seu espaço na vida do homem:
No mais, tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga [...] ... tudo é menor. O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à máquina. Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira.
MARIA, Antônio. Café com leite [fragmento]. In: ______. Crônicas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. p. 59-60.
Já faz alguns anos — eu sei. De lá pra cá, um sol já nasceu e se pôs. E esta aqui me parece ser a sua segunda lição sobre por que acordar, abrir a porta e sair: 
[...]. Amor, a gente espera, como o pescador espera o seu peixe, ou o devoto espera o seu milagre: em silêncio, sem se impacientar com a demora. E, amor, a gente não conta pelo jornal a não ser quando o sentimento trai a frase, juntando palavras que deveriam estar sempre separadas.
MARIA, Antônio. A noite é uma lembrança [fragmento]. In: ______. Crônicas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. p. 31-33.

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